MIL DIAS: A SAGA DA CONSTRUÇÃO – A SÉRIE

Hoje dia 21/04, é aniversário de Brasília, 60 anos de sua criação. Por este motivo resolvemos fazer um post para reflexão sobre a criação e construção desta cidade (apesar das polêmicas que sempre se gera ao discutir sobre esta cidade).

Para isto, comentamos brevemente esta série de 4 episódios – Mil Dias: A Saga da Construção, produzido pelo canal History (2018), e dirigida por Fernando Honesko. 

A série é estrelada por 4 personagens principais: um topógrafo, um engenheiro, uma arquiteta e um operário, a quem estão relacionados os títulos dos episódios respectivamente: O sonho, O Plano Piloto, O nascimento da cidade utópica e Brasília. Nota-se que o objetivo da série foi mostrar pontos de vistas diferentes, a partir dos personagens que participaram da construção da cidade. Em especial, destacamos a visão dos operários e das mulheres, pontos de vistas pouco explorados nas narrativas sobre a construção da cidade.

A série inicia contextualizando o final da era Vargas e a ascensão de Juscelino Kubitschek. Também aparece como pano de fundo uma antiga ambição de interiorização do Brasil e de sua administração. Por este motivo, aparece, logo nas primeiras cenas (não é spoiler), a citação de Dom Bosco, que havia sonhado com uma cidade criada numa localização próxima onde está Brasília.

Realmente a saga contada na série apresenta os desafios enfrentados pelos personagens, que simbolizam o esforço de muitos operários para a construção do espaço, que utopicamente previa a igualdade entre as classes. Não é à toa que o episódio que enfoca a personagem arquiteta: “O nascimento da cidade utópica”, descreve o plano e a ideia de apartamentos igualitários a todas as classes.

Arquitetonicamente falando, é possível ver a construção dos edifícios, que exploram a plástica do concreto (que ao ser desenformado, já estavam com parte considerável da obra pronta), além de observar a concepção do eixo monumental, das asas norte e sul, das superquadras, do lago Paranoá. Algumas cenas mostram os interiores dos apartamentos funcionais e do Catetinho, assim como muitas vistas externas do Palácio da Alvorada, da Praça dos 3 Poderes, da Esplanada dos Ministérios e do Palácio do Planalto.

A série ilustra também vários outros assuntos envoltos àquele cenário, como a falta de segurança de trabalho dos candangos (muitos morreram durante a construção), a dificuldade das mulheres trabalhadoras da cidade (lavadeiras, operárias, faxineiras, comerciantes, calculistas, arquitetas), assim como episódios de corrupção e gastos públicos.

A série tem uma fotografia onde predominam os tons amarelos, contrastados com tons de azuis, que remetem às imagens de época que intercalam as cenas. Ao final o resultado da mescla de imagens do passado com imagens rodadas recentemente compõem um visual interessante para a filmagem.

E você, já assistiu esta série? Deixe seus comentários em nossa página! Só não vale falar sobre políticos, ok?