Hoje vamos falar sobre o Museu Guggenheim, da cidade de Bilbao, projetado pelo arquiteto canadense/americano Frank Gehry, que nasceu no Canadá e migrou para os Estados Unidos na adolescência, onde estudou arquitetura na Universidade Sul da California e planejamento urbano na Universidade de Harvard. Utilizando conceitos criativos e inovadores em suas obras, Gehry é reconhecido como um dos arquitetos mais influentes do mundo. Em 1989 foi ganhador do Prêmio Pritzker com o projeto do Walt Disney Concert Hall em Los Angeles (vamos falar sobre essa obra em outro post).
Seus croquis são referência para outros profissionais e são parte importante de seus projetos, com seu modo simples e criativo de representar as curvas de seus projetos no papel. Gehry relata que, para começar um projeto ele começa escrevendo palavras e frases que parecem não fazer sentido e depois começa a esboçar linhas e curvas nas folhas em branco.
Inclusive, Sydney Pollack, um dos mais famosos cineastas do mundo, foi convidado por seu amigo, Frank Gehry, para fazer um documentário sobre suas obras e seu modo de projetar e criar, chamado “Esboços de Frank Ghery”. O arquiteto relata que suas obras expressam sentimentos, sendo cada edifício uma obra de arte e que a maioria das pessoas não entendem que arquitetura é arte.”
Voltando ao Museu Guggenheim, sua construção durou 4 anos, foi inaugurado no dia 18 de outubro de 1997, por Juan Carlos I da Espanha e representa uma das obras mais impressionantes e inovadoras do século XX, possui 24.000 m2, dos quais 9.000 são dedicados para exposições. Representa um marco arquitetônico de com design inovador, proporciona um cenário atrativo para a arte e o projeto representa uma estrutura em forma de escultura, perfeitamente integrada ao padrão urbano de Bilbao e seu entorno, por onde passa o rio Nervion, que atravessa a cidade de Bilbao até o Mar Cantábrico, no oceano Atlântico.
Bilbao é uma cidade no litoral norte da Espanha, que possui aproximadamente 1 milhão de habitantes, está bem perto da França, sendo uma região portuária e industrial. O Museu se tornou um dos principais pontos turísticos da cidade, atraindo milhares de pessoas do mundo todo. A ideia de construir um Museu nessa região, foi principalmente para revitalizar a cidade, criar uma imagem diferente, além da industrial e atrair turistas, o que deu muito certo! A inserção do Museu na paisagem da cidade trouxe o “Efeito Bilbao”, acontece quando uma obra arquitetônica transforma uma cidade que antes era considerada “sem atrativo turístico” em um destino cultural internacional de sucesso, proporcionando um significado cultural e econômico para a região. A cidade de Bilbao pode ser citada como exemplo internacional de uma cidade que prosperou investindo em arquitetura e infraestrutura.
O Museu Guggenheim de Bilbao é um dos cinco museus da fundação Guggenheim, construídos nas cidades de Nova Iorque, Las Vegas, Berlim e Veneza e possui um acervo de arte moderna, como o “The Matter of Time” que apresenta uma coleção de esculturas em aço desenhadas por Richard Serra, que se tornou um dos acervos mais populares. Além de outras exposições importantes. Além das esculturas em aço, outra obra que chama a atenção é “Puppy” : um cachorro de 12 metros de altura coberto por mais de 40.000 flores que são trocadas duas vezes ao ano, em maio e Outubro (podem ver nas fotos). Para manter as flores vivas ao longo do verão e inverno, foi criado um mecanismo de irrigação na parte interna da escultura.
A Fundação Solomon R. Guggenheim selecionou Frank Gehry como arquiteto, e seu diretor, Thomas Krens, sugeriu que Ghery criasse algo ousado e inovador para a época. As curvas feitas em titânio no exterior do edifício parecem aleatórias, mas relata o arquiteto que “a aleatoriedade das curvas é projetada para atrair a luz”. Na parte interna o edifício “é projetado em torno de um grande átrio cheio de luz com vista para o estuário de Bilbao e as colinas circundantes do País Basco” e o átrio, apelidado por Gehry de “Flor” por sua forma, foi projetado para ser o centro organizador do museu. Sem falar de suas texturas e cores, que são uma das características mais marcantes do museu. Feito em sua maior parte com placas de titânio, que remetem às escamas de peixe por causa da tradição marinha da cidade, proporcionam uma tonalidade prateada e futurista, um projeto com características desconstrutivista, que aliás Frank Ghery é um grande representante desse conceito. Com a incidência solar, as placas de titânio mudam de tonalidade, fazendo com que o edifício ganhe uma tonalidade dourada.