ARQUITETURA LUNAR

O sonho da humanidade de conquistar a Lua começou a ser alcançado com as viagens espaciais (a primeira sonda não tripulada foi em 1959) e chegada da primeira espaçonave tripulada em 1969. Mas este feito, apesar de demonstrar todos os grandes avanços da humanidade, limitou-se a uma exploração do espaço lunar restrito a alguns dias (se não, a algumas horas). Isto porque era muito complicado a construção de uma base em nosso satélite. Mas por quê? Bom, as tecnologias de construções que conhecíamos, até o feito da chegada do homem à Lua, apresentavam algumas desvantagens para a situação requerida, habitar o satélite natural da Terra. Ou eram muito pesados para serem transportados até lá (como é o caso do concreto), o que inviabilizaria o seu transporte via aero espaçonaves, ou eram materiais muito frágeis, que não forneceriam a proteção necessárias aos astronautas. Mas que proteção é esta? Bom, a Lua possui algumas condicionantes que afetam diretamente a concepção projetual arquitetônica. A primeira delas é que a Lua não possui uma camada atmosférica, como temos na Terra. Esta camada é responsável por proteger o planeta de meteoros e da radiação solar, mantendo a temperatura em uma escala balanceada que permite o desenvolvimento da vida humana e de diversos outros seres vivos.  Portanto, na Lua, não há proteção contra chuva de meteoros, à radiação solar e raios gama e a variação de temperatura é bastante elevada (podendo ir de menos 150°C a mais 150°C graus, elementos que devem ser contemplados pelo projeto arquitetônico. Outro ponto importante, é a escolha do melhor local para a implantação da construção, que, pelos estudos dos diversos órgãos e profissionais envolvidos, deve estar em um dos pólos e em uma cratera. Nos pólos, pois as condições de temperatura são mais favoráveis, e em uma cratera, porque há indícios de cristais de água nestes espaços, o que favoreceria a vida humana. Deste modo, os desafios para a construção em um local como este, são muitos: tecnologia construtiva, material resistente à radiação, aos meteoros e à grande variedade de temperatura. Arquitetos do mundo todo sentem-se desafiados por esta nova possibilidade de atuação. E este foi o caso de Xavier de Kestelier, que em parceria com o escritório Foster + Partners, ao implantar as tecnologias de prototipagem rápida no escritório, desenvolveram o projeto, ilustrado a seguir, de base lunar impressa. Mas como seria isto? O projeto foi desenvolvido a partir de uma cápsula em formato cilíndrico, que seria depositado sobre a superfície lunar. Nele ficariam a câmera de ar e um módulo de suporte técnico. A partir desta cápsula, seria projetado uma parte inflável, que formaria uma espécie de cúpula. Sobre ela seria impresso uma parede a partir de materiais da própria Lua, formando uma proteção contra meteoros e radiação, protegendo assim os exploradores. Esta impressão seria feira por um robô, que de um lado coletaria o material lunar (semelhante a uma areia, o chamado regolito lunar), ao meio ocorreria a mistura a compostos químicos (o testado até o momento foi o óxido de magnésio), garantindo que estrutura fosse impressa pelo outro lado do equipamento. Ao final, utilizariam uma “tinta estrutural, aplicando um sal de ligação que converteria o material em um sólido semelhante a uma pedra. Esta estrutura foi inspirada nos ossos dos pássaros, uma estrutura oca de células fechadas que fornece uma combinação de força e peso. Desta forma as condições mínimas para um estabelecimento seguro, por um tempo maior, permitiria uma melhor exploração do satélite, além de possibilitar o estabelecimento de uma base para outras viagens espaciais, quem sabe até Marte (este pode ser o tema para outro post, pois já existem projetos para lá também). Ainda faltam estudos sobre como controlar a poeira lunar, que é perigosa para respirar, e sobre os controles térmicos. Mas de qualquer modo, o que se tem parecer ser um grande avanço para esta área. E assim como este projeto, muitos outros já foram motivos para concursos e para novos estudos. Se gostarem, deixem seus comentários em nossa página, que faremos novas análises de projetos lunares! Afinal, quem quando criança não se imaginou viajando para a Lua?